Quando ainda estávamos lá entre os dias 40 e 50 da quarentena, cansados de ficar em casa, loucos para colocar o pé na estrada novamente, eu pensei: "faltam cerca de dois meses para meu aniversário, até lá com certeza teremos superado estes dias loucos! Vamos viajar!". Comecei a dar uma pesquisada em destinos possíveis, praia de preferência, para onde pudéssemos ir de carro, etc. Mas no fundo eu tinha uma intuição de que não ia rolar... Não rolou. Sem viagem, sem festa com amigos...
E por incrível que pareça, eu fiquei bem com isso. Seria uma celebração a três, nós três aqui em casa, e seria ótimo. Com tudo o que estava acontecendo parecia injusto ficar chateada por não poder viajar, não é?
Alguns dias antes do meu aniversário rolou mais uma festinha virtual com nossos amigos amados. Era pra ser nossa tradicional festa junina, mas dessa vez online. Só que o Ismael avisou a galera, sem eu saber, que faríamos um brinde pelo meu aniversário também. Foi lindo, senti todo amor e carinho através da tela naquela cantoria bagunçada e divertida do Parabéns pra Você ao som do violão.
Em meio ao bate-papo desse festerê uma amiga reparou que eu estava com cabelos brancos e me perguntou se eu pintava o cabelo. "Sim amiga!!! Pinto desde antes dos 30, porque meus brancos chegaram cedo". Mas desde o início da quarentena eu não retocava mais. Os brancos estavam bem aparentes. Aproveitei para anunciar que havia decidido assumir meu grisalho...
Esse assunto já vinha de tempos aqui em casa. Sempre que eu deixava mais tempo sem pintar, Ismael me desafiava a deixar os brancos, pra ver como ficava, mas eu não conseguia me imaginar fazendo a transição. Achava muito feio aquele cabelo manchado e me via muito envelhecida no espelho. Então Ismael passou a radicalizar o desafio: "então vamos raspar sua cabeça! Aí resolve a transição!". E a gente dava risada...
Além disso, já fazia algum tempo que eu me interessava por este movimento crescente de mulheres, de diferentes idades, que decidiram assumir seus cabelos brancos. Lia depoimentos, via fotos do antes e depois e admirava tal ousadia e coragem, mas sempre pensava que ainda não era pra mim.
Até que um dia, talvez lá entre os dias 90 e 100 da quarentena, parei diante do espelho e tentei me imaginar com o cabelo curtíssimo e grisalho. Gostei do que imaginei. E pensei que este seria o melhor momento para experimentar uma mudança assim radical, afinal não tinha compromissos sociais na agenda por um bom tempo, caso não gostasse do resultado. Falei para Ismael que iria encarar o desafio e ele iria me ajudar a passar a máquina no meu cabelo.
Na virada do dia 28 para 29 (meu dia é 29/06), completando meu quadragésimo quinto ano de vida. fizemos "a festa" com máquina de cortar cabelo e tesoura!! Foi incrível, divertido e talvez uma das comemorações mais marcantes de um aniversário para mim. Foi uma verdadeira metamorfose e eu amei o resultado!!!
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