A escolha por essa praia específica para ser nosso refúgio em tempos de pandemia não foi à toa.
Lá pelo início dos anos 90 (eu ainda adolescentinha) meus pais compraram uma casa na praia. Virou nosso refúgio de família, desde as primeiras idas em finais de semana, meio acampados, até as temporadas de verão em que passávamos algumas semanas seguidas naquela rotina gostosa de praia. A casa era simples mas aconchegante e o combinado era trocar a rotina de trabalho dos pais, as tarefas de escola dos filhos e até atividades corriqueiras como assistir televisão, por exemplo, por curtir a praia, fazer caminhadas, tomar banhos de sol e mar, jogos de cartas e tabuleiros, leituras, etc... e foi lindo.
Eu guardo muitas memórias queridas dessa fase da casa na praia, alguns anos de histórias. Desde histórias vividas com meus pais e irmãos até outras tantas vividas com amigos. E uma das mais especiais é de quando vim passar um feriado de Corpus Christi com meus pais e liguei antes avisando que viria com um amigo. O ano era 1996. Minha mãe brincou comigo:"como assim um amigo?!?". Nessa época eu já morava sozinha e quando encontrava com meus pais na praia costumava vir sozinha, por isso a surpresa de mamis.
E foi nesse feriado que tudo começou!! Numa das noites rolou um convite desse meu amigo para caminharmos até a praia para ver "a maré"e lá fomos nós, espiar a maré, numa noite quente, com um ventinho bom... e o primeiro de tantos beijos aconteceu!
O mais engraçado foi comunicar a "mudança de status" para os meus pais no dia seguinte... Começamos contando sobre um filme de comédia romântica que assistimos onde a menina contava para os pais que estava namorando de um jeito meio atropelado, num almoço de família, tipo: "alcança a salada, por favor? Ah, e nós estamos namorando, ok?", e logo em seguida eu pedi para me alcançarem a salada... hahaha...
Um ano depois, nessa mesma casa na praia, maridón fez o pedido: "Quer casar comigo?"- SIM!!!
Durante os tempos de namoro, noivado e casados, vivemos muitas histórias lindas nessa praia, a maioria delas na casa da família. E entre as mais especiais, com certeza, estão o primeiro Reveillon com filhote, recém nascido, em 2009... Apresentar Joaquim ao mar foi das coisas mais lindas que já vivemos em família!
E isso porque tanto Ismael quanto eu temos uma relação muito gostosa com o mar, com a areia, com a praia. O que nos traz ao contexto atual...
Por uma questão de sobrevivência nesses dias loucos de pandemia, sentimos que era necessário mudar de ares, sair do nosso "quadrado", viver os dias de outra maneira... e aí que resolvemos fazer isso em terreno conhecido, pois além de ser nossa praia do coração, é próxima de nossa morada "oficial", o que tornou tudo mais viável. E assim temos dividido nosso tempo e morada entre um ninho e outro!
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